Precisava que se abrisse uma porta, uma janela, um túnel com uma luz lá bem no fundo. Precisava ser outro porque, sendo quem sou, não preencho os espaços que o passado deixou vazios e completo espaços que não são meus.
Incomodam-me a debilidade dos outros e não suporto fraquezas, talvez porque me julgue forte, talvez porque tenha aprendido a vencer a pulso.
Olho à minha volta e percebo que nunca tive tanto mas percebo, também, que ainda tenho uma vida de conquistas pela frente. Não posso aceitar grilhões a sonhos que me propus, isso nunca… posso apenas deixar tudo em banho-maria. E olhando à minha volta, percebo que tudo o que tenho é nada porque tudo passa a nada quando não se vive inteiramente as conquistas de uma vida.
Precisava que se abrisse uma porta, uma janela, um túnel com uma luz lá bem no fundo e eu pegava na mão de quem amo e fugia para sempre. E se a porta fosse pequena, fundir-nos-íamos num só, se a janela fosse alta, voaríamos juntos e se o túnel fosse longo demais, pegava-te ao colo sempre que te cansasses.
E se se abrisse uma porta, uma janela, um túnel com uma luz lá bem no fundo só precisava de saber que virias comigo.
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