14 de março de 2009

Uma vida, uns poços, uma tragédia.



No mundo de Morfeu ou no mundo dos homens, ás vezes, o fundo do poço chama por mim.


Quando é Morfeu que me chama, eu deixo-me ir, deixo que me embale, e mesmo que me atraiçoe, eu deixo-me ir.


Quando é o poço dos homens que me puxa, quando o poço está lá e eu me atiro... é quase sempre assim, eu tenho uma tendência quase hibria para o pathos, mas como a anagnorisis chega sempre a tempo, evito conflitos, destinos e peripécias.


Normalmente, atiro-me sempre ao poço errado, quase sempre conhecedor tanto o ágon que me espera como o anankê que tenho guardado naquela caixa, lá muito acima do Olimpo do poço. Mas nada me impede de me atirar. É da minha fome de gnosis. Do meu vício de Katarisis.


Agora estou lá outra vez, não sei se na beira, não sei se em queda.


Lá em baixo espera-me Hermes, para me conduzir pela mão, não para o outro lado do Aqueronte, mas de novo para cima. Tem sido sempre assim, qual Persefone, num acordo misterioso, vendido de corpo e alma. Sem phobos, em entrega total, porque eu sei que depois de lá, vai valer a pena...


Sei sempre, menos agora.

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