20 de agosto de 2007

O delírio da espera


No delírio de um amor expectante
Flutuo na incerteza da espera
E lanço sobre o meu corpo inerte
Pétalas de crisântemos esquecidos
Secos em sepulturas de outros amores
Outras mortes

E ao toque da minha pele
Ambos ganhamos vida
Os crisântemos voltam a arder em vermelhos e azuis
E eu volto a arder no meu e no teu
No corpo que aguardo
Nos corpos unidos, húmidos e ardentes de todas as cores

E no delírio da espera
Ressuscito em mim
Cores que fui noutros corpos
Pétalas que sequei noutras mortes
Suores perdidos em leitos enxovalhados
E ressuscito-me a mim

Porque anseio seres em mim
O corpo
A alma
O calor
O abraço
O beijo
O cheiro
O toque
Em que deliro, flutuo e ressuscito.

2 comentários:

Anónimo disse...

Mais um comentário meu (J.P.), onde menciono que também espero em delírio por um Amor assim, desses que preenchem a alma por completo... Desses que nos fazem lançar flores ao vento!

Um dia, alguém se despediu de mim; justamente no dia em que me iria entregar a esse Amor que tinha e ia faze-lo sem limites. Tinha decidido entregar-me por completo; e justamente nesse dia o meu Amor foi-se com palávras amigas, que os meus ouvidos traiçoeiros teimam em ouvir.

Em memória desse Amor, ergui em mim um templo, qual Taj Mahal, forte e sólido, onde te guardo Renato, como um tesouro precioso, rodeado por aromas de flores de jasmim e laranjeira. É o templo do nosso Amor, que em mim viverá eternamente perfumado.

Ouço o cantarolar dos pássaros; o murmurar das fontes de água corrente; sinto o perfume intenso do jasmim numa noite de luar como a de hoje, mas e o meu Amor? Onde estará?

Apenas espero em delírio!!! Quiz Deus dar-me o condão de ser sensível...

Um beijo. J.P.

Daniel C.da Silva disse...

Olá Renato

Venho agradecer-te o redirecionamento para este teu post.

E dizes tu que não tens assim tanto jeito com palavras. Obviamente estavas a brincar. Gostei mesmo muito. E desculpa dizer isto, mas não te sabia tão poético assim.

Parabéns por isso. Revela sensibilidade

Abraço