11 de agosto de 2007


Abro os olhos
Cheguei ao fim.

Em meu redor param inertes
As arcadas do meu coração
Forradas de uma cor viva
Paradas num tempo
Para todos os tempos

Abri os olhos
Agora sorrio

Sinto-me feliz
Um pouco desconfortável, mas feliz
Eu morri.
E grito às almas que convidam a minha
À festa do infinito:

Levem-me ao descanso eterno
Levem-me á tormenta eterna
Mas não me deixem num mundo
Que não ouve o que digo
Que não se arrepia com os meus gritos
Que não olha para mim…

Que não viu que morri!

1 comentário:

Anónimo disse...

Ao ler o teu poema e observar a imagem do anjo em redor, resolvi dedicar-te também um poema; a ti Renato. Como sempre, sabes quem sou, pois sempre me identifico, J.P.

DE JOELHOS

"Bendita seja a mãe que te gerou" Bendito o leite que te fez crescer.
Bendito o berço aonde te embalou
A tua ama, pra te adormecer!

Bendita essa canção que acalentou
Da tua vida o doce alvorecer...
Bendita seja a lua, que inundou
De luz, a Terra, só para te ver...

Benditos sejam todos que te amarem,
Os que em volta de ti ajoelharem
Numa grande paixão fervente e louca!

E se mais que eu, um dia, te quiser
Alguém, bendito seja esse Homem,
Bendito seja o beijo dessa boca!

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