Este post é especialmente para a Rute e o Damásio:
Vou agora a caminho da cozinha preparar uma pasta, não de atum, mas de camarão! A base é a mesma, só muda o bicho! Quereis um cadito?
Que saudades dos nossos almoços, lanches e jantares abusivamente calóricos!
31 de outubro de 2007
29 de outubro de 2007
Encontrei-me, melhor, redescobri-me e, a partir daqui, ou desde então, tento e tenho de me reescrever numa verdade que não era minha, ou talvez fosse e eu a desconhecesse.
Sei que me encaro, que olho no espelho e reconheço o homem que o meu passado construiu e sobretudo, um homem de bem com tudo o que me fez, todo o bom e todo o mau.
O bom destes encontros connosco mesmos é o prepararem-nos como a terra que se amanha antes de uma sementeira. E assim, arado e exposto aos elementos, fui apanhado de surpresa por um certo sentimento que, juro, não consigo definir.
Chega a ser hilariante (por ser quase bíblico, e quem me conhece entende o paradoxo), porque se “no princípio era o verbo”, também numa frugal troca de palavras se foram descobrindo, ou melhor, sonhando possibilidades infinitas. Depois tudo se confirmou… no primeiro beijo, na ternura dos abraços, no desvendar de segredos e principalmente (outra vez) no verbo, nas palavras de significados quase fantásticos, que foram sendo ditas (aliás, mais enviadas, ao estilo “geração polegar”, via sms).
Enfim, depois de me ter tornado o mesmo homem de sempre, mas reconciliado com o que sou, encontro-me tão feliz como não me lembro ter sido, principalmente porque acho que encontrei alguém que me abraça, me protege, me embala e me quer, enfim, alguém que quero abraçar, proteger, embalar, alguém que quero.
Palavras ditas que continuam:
…Adoro-te, fazes-me estar em sítios onde nunca estive e quando te sinto nos meus braços, o mundo começa e acaba nesse momento, e o teu cheiro é todo o ar que preciso de respirar… Um beijo cheio de mim. Renato
Sei que me encaro, que olho no espelho e reconheço o homem que o meu passado construiu e sobretudo, um homem de bem com tudo o que me fez, todo o bom e todo o mau.
O bom destes encontros connosco mesmos é o prepararem-nos como a terra que se amanha antes de uma sementeira. E assim, arado e exposto aos elementos, fui apanhado de surpresa por um certo sentimento que, juro, não consigo definir.
Chega a ser hilariante (por ser quase bíblico, e quem me conhece entende o paradoxo), porque se “no princípio era o verbo”, também numa frugal troca de palavras se foram descobrindo, ou melhor, sonhando possibilidades infinitas. Depois tudo se confirmou… no primeiro beijo, na ternura dos abraços, no desvendar de segredos e principalmente (outra vez) no verbo, nas palavras de significados quase fantásticos, que foram sendo ditas (aliás, mais enviadas, ao estilo “geração polegar”, via sms).
Enfim, depois de me ter tornado o mesmo homem de sempre, mas reconciliado com o que sou, encontro-me tão feliz como não me lembro ter sido, principalmente porque acho que encontrei alguém que me abraça, me protege, me embala e me quer, enfim, alguém que quero abraçar, proteger, embalar, alguém que quero.
Palavras ditas que continuam:
…Adoro-te, fazes-me estar em sítios onde nunca estive e quando te sinto nos meus braços, o mundo começa e acaba nesse momento, e o teu cheiro é todo o ar que preciso de respirar… Um beijo cheio de mim. Renato
28 de outubro de 2007
Vazio
Não sei se alguma vez já vos aconteceu, mas acho que é daquelas coisas que acontecem a todos, o vazio! Dependerá, contudo, da melancolia inata de cada um, a dose de vazio a que cada qual se submete e a quantidade de tempo que o deixa reinar. E de que vazio falo eu? Pois, será um vazio “cá dentro” que se torna cruelmente frio e aterradoramente físico. É acordar todos os dias com vontade de não ter acordado, automatizar-me a cada dia e dar cada passo sem pensar para onde vou, porque vou ou se alguém me espera no meu destino. É deixar que por umas horas, um dia, vários dias, meses e até anos o meu corpo e a minha mente não funcionem em conjunto, aliás, que apenas o meu corpo me guie e a minha mente esteja ausente, perdida num qualquer limbo. E eu sinto que metade de mim está perdido e tento encontrar-me e tanto a ausência de mim como a procura magoam-me. E de cada vez que tento viver algo que sei que me faria bem cá dentro, sinto como que agulhas finíssimas me cravassem a pele porque a alma não está cá!
Hoje não me sinto vazio. Há mais ou menos um mês, encontrei-me, tão inesperadamente como quando encontramos um velho amigo, há muito perdido. Com a ajuda preciosa de verdadeiros amigos, que me souberam guiar, empurrar, apoiar e abraçar das mais variadíssimas formas, parti. E parti sozinho, encostado ao vazio que sempre me acompanhou. Procurei outros pores-do-sol que os meus sentidos ainda não conhecessem e encontrei-os, mas foi num movimento de mar que ainda não conhecia que consegui finalmente ver-me espelhado, encontrar-me. Nunca esquecerei este momento, por muitos anos que viva, nunca esquecerei como este mar me ajudou a virar uma página na minha vida e como, no mesmo momento gritei “aqui estou eu”. Nunca esquecerei que foi aquele mar que me entregou a mim mesmo e me deu a possibilidade de dizer adeus, regressar e viver tudo de uma forma tão nova.
19 de outubro de 2007
Coisas que me irritam
Com todas as doses de egoísmo exacerbado que me constituem, irrita-me profundamente que me contrariem, vale-me, no entanto, a capacidade que tenho para convencer os outros de que o certo que defendem é errado.
Irrita-me ter que me levantar cedo, muito mais se o sol ainda não tiver despontado. Irrita-me ter que me deitar cedo, ou mesmo tarde, desde que sem sono… A cama sem sono, para mim, é pouco mais que um objecto de decoração!
Irrita-me que me escondam a verdade, mas irrita-me muito mais que inventem uma história, ou uma estória, para não só esconder a verdade mas acima de tudo a covardia de a encarar.
Irrita-me que me obriguem, ou tentem obrigar a falar. Prezo demais o meu espaço para que o invadam com chamadas e sms, mensagens e intromissões afins. Efectivamente o dito “pior cego é aquele que não quer ver” é mesmo verdadeiro. Não vale a pena disfarçar o nosso egoísmo e a vontade de sermos ouvidos com um “estava preocupado”, porque afinal, quando procuramos o outro é bem mais com o intuito de ser ouvido que de ouvir.
Irritam-me birras, caprichos e amuos, mas nos outros, entenda-se! É que me falta mesmo a paciência com uma birra ou um amuo pela frente. Talvez porque apenas a mim me reserve esse direito, ou talvez por, apesar de me reservar esse direito, evito-o porque sei o quão irritante pode tornar-se.
Irrita-me quando não me dizem bom dia, por exemplo. Ou seja, irrita-me a má educação dos outros, porque eu evito sê-lo, mesmo com quem a está a pedir.
Sei lá, haverá tantas outras coisas que me irritam…
Mas, neste momento, o que mais me irrita é esta insónia que me mantém acordado há horas! Pergunto-me se me fará falta sentir-te adormecer nos meus braços para me entregar a Morfeu.
Sono e seu meio-irmão Morte (Hipnos e Tânatos),
de John William Waterhouse (1874)
14 de outubro de 2007
Aguardo o pôr-do-sol numa contemplação alheia à beleza do mundo que me rodeia, e com as mão enterradas na areia fria, sinto o pulsar quente da terra nos meus pulsos, no meu sangue. Mas pouco me importa que o sol e o mar se toquem, porque o toque que aguardo é o da tua pele, o dos teus lábios, o do teu cheiro.
Junto a ti, partilho da beleza infinita do mundo, do nosso mundo, do mundo dos deuses, daquele mundo onde sonho se encontrarem as nossas almas, e vejo como se comovem os teus olhos na contemplação do devir dos elementos. E a mim nada me comove tanto como a força que emanas e me prende a ti.
O sol insiste em não partir… e aguardo…
Aguardo o toque, aguardo o beijo tímido, aguardo a hora em que te “perdes nos meus braços, no meu sorriso” e encontras o caminho para mim. E num gesto audaz, deixas os mundos seguirem os seus rumos e tens-me como teu, nos teus braços, nos teus beijos.
Vitorioso, o sol parte levando com ele o testemunho secreto de mais um passo dado para o encontro de duas almas que, havia tanto, se procuravam.
E no beijo que partilham Apolo e Posídon, um segredo é revelado, os nossos olhares cruzam-se, as nossas mãos unem-se, tentamos ouvir aquele segredo, tentamos desvendá-lo no oráculo das nossas almas, mas ficou para sempre perdido no abismo onde descansam os corcéis de Apolo.
Resta-nos a certeza de caminharmos juntos, lado a lado, na busca de um sentimento que nos complete… seria este o segredo?
Junto a ti, partilho da beleza infinita do mundo, do nosso mundo, do mundo dos deuses, daquele mundo onde sonho se encontrarem as nossas almas, e vejo como se comovem os teus olhos na contemplação do devir dos elementos. E a mim nada me comove tanto como a força que emanas e me prende a ti.
O sol insiste em não partir… e aguardo…
Aguardo o toque, aguardo o beijo tímido, aguardo a hora em que te “perdes nos meus braços, no meu sorriso” e encontras o caminho para mim. E num gesto audaz, deixas os mundos seguirem os seus rumos e tens-me como teu, nos teus braços, nos teus beijos.
Vitorioso, o sol parte levando com ele o testemunho secreto de mais um passo dado para o encontro de duas almas que, havia tanto, se procuravam.
E no beijo que partilham Apolo e Posídon, um segredo é revelado, os nossos olhares cruzam-se, as nossas mãos unem-se, tentamos ouvir aquele segredo, tentamos desvendá-lo no oráculo das nossas almas, mas ficou para sempre perdido no abismo onde descansam os corcéis de Apolo.
Resta-nos a certeza de caminharmos juntos, lado a lado, na busca de um sentimento que nos complete… seria este o segredo?
10 de outubro de 2007
Defeitos
Hoje perguntaram-me qual era o meu maior defeito! Pois o que me saiu foi assustador (ou talvez não)!
Pois eu sou egoísta, caprichoso e mimado! Penso em mim antes de pensar em qualquer outro e em como um determinado acontecimento irá ou não satisfazer-me! E o meu egoísmo é daqueles terríveis porque está sempre cá e porque o amor que tenho por mim supera tudo e todos! E o meu capricho chega a ser mesquinho porque cada detalhe tem que ser meu, para ou por mim e claro, se depender de mim, é sempre à minha maneira, porque a minha maneira é que está bem, pelo menos para mim, e afinal sou eu que importo!
Sou vaidoso porque gosto de evidenciar todas as coisas que faço bem, porque sei que as faço bem e que quem as vir bem feitas terá necessariamente que me elogiar! E o elogio cai-me bem, faz-me crescer cá dentro ( e o egoísmo cresce…) e, ainda que às vezes me caia um “obrigado”, às vezes é mais por boa educação que por outra coisa!
Sou realmente assim! Quem me conhece, reconhece-me e reconhecer-me-á seguramente outros defeitos (sintam-se à vontade para os declarar), mas o meu primeiro post neste blog continua tão verdadeiro como no primeiro dia porque eu GOSTO DE MIM tal como sou, egoísta, caprichoso, mimado, vaidoso…
Pois eu sou egoísta, caprichoso e mimado! Penso em mim antes de pensar em qualquer outro e em como um determinado acontecimento irá ou não satisfazer-me! E o meu egoísmo é daqueles terríveis porque está sempre cá e porque o amor que tenho por mim supera tudo e todos! E o meu capricho chega a ser mesquinho porque cada detalhe tem que ser meu, para ou por mim e claro, se depender de mim, é sempre à minha maneira, porque a minha maneira é que está bem, pelo menos para mim, e afinal sou eu que importo!
Sou vaidoso porque gosto de evidenciar todas as coisas que faço bem, porque sei que as faço bem e que quem as vir bem feitas terá necessariamente que me elogiar! E o elogio cai-me bem, faz-me crescer cá dentro ( e o egoísmo cresce…) e, ainda que às vezes me caia um “obrigado”, às vezes é mais por boa educação que por outra coisa!
Sou realmente assim! Quem me conhece, reconhece-me e reconhecer-me-á seguramente outros defeitos (sintam-se à vontade para os declarar), mas o meu primeiro post neste blog continua tão verdadeiro como no primeiro dia porque eu GOSTO DE MIM tal como sou, egoísta, caprichoso, mimado, vaidoso…
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