O sol foge da minha varanda
E atrás do sol vem a lua
E sentada na lua vem ela,
A morte
E ao colo da morte vem ele,
O infinito
E no sonho do infinito vem algo…
O sonho do nosso amor
As pombas pousam no beiral da minha varanda
E cantam e esvoaçam
Ao verem a minha morte chegar.
Não, elas não choram
Nem tão pouco cantam a chorar
Porquê?
Belo, elas não vêem na lua a morte
Vêem na morte o infinito
Vêem no infinito o sonho
Vêem no sonho o Amor
E vêem no amor a minha paz.
E então eu sorrio
Salto para a lua
Dou a mão à morte
Rendo-me ao infinito
E talvez conheça a vida
No infinito sonhado da morte do nosso amor.
30 de julho de 2007
28 de julho de 2007
Cheiros
Procuro o teu cheiro
No meio do meu
Que por crime ou pecado
Inundou e poluiu o teu.
Procuro o teu cheiro
Cheiro que me dá prazer
Que me provoca desejo
Deixa-me louco
E eu amo tanto, tanto
Encontro o teu cheiro
E amarro-o
Amarro-te a mim
E amo-te
Amo-te
E amar-te-ei até o nosso cheiro ser
Um
Cheiros... Porque o cheiro faz farte de cada um de nós e porque cada um de nós é único. Grande parte das recordações que tenho estão associadas a cheiros. Lembro-me do cheiro a 'belharacos' na véspera de Natal, e das papas de abóbora uns dias antes ou uns dias depois. Lembro-me do cheiro da casa da minha mãe, uma mistura de carinho, praia e água do mar. Lembro-me do cheiro que tinham os meus sobrinhos, nas primeiras vezes que os abracei, um cheiro suave e cheio de um sentimento que não consigo explicar.
Lembro-me do cheiro das pessoas que amei, e estes cheiros, sempre que os sinto causam-se um arrepio tão profundo que diria que, de cada vez que acontece, trespassa-me o espírito daquele amor que morreu…
É estranha esta coisa dos cheiros! Cheguei à conclusão de que um amor é realmente consumado e efectivo quando o cheiro de cada um de nós passa a ser um, quando a minha cama deixa de ter o meu cheiro e passa a ter o nosso cheiro, quando ao entrar na tua casa me sinto a entrar na minha, quando todos estranham o meu cheiro porque está inebriado pelo teu!
No meio do meu
Que por crime ou pecado
Inundou e poluiu o teu.
Procuro o teu cheiro
Cheiro que me dá prazer
Que me provoca desejo
Deixa-me louco
E eu amo tanto, tanto
Encontro o teu cheiro
E amarro-o
Amarro-te a mim
E amo-te
Amo-te
E amar-te-ei até o nosso cheiro ser
Um
Cheiros... Porque o cheiro faz farte de cada um de nós e porque cada um de nós é único. Grande parte das recordações que tenho estão associadas a cheiros. Lembro-me do cheiro a 'belharacos' na véspera de Natal, e das papas de abóbora uns dias antes ou uns dias depois. Lembro-me do cheiro da casa da minha mãe, uma mistura de carinho, praia e água do mar. Lembro-me do cheiro que tinham os meus sobrinhos, nas primeiras vezes que os abracei, um cheiro suave e cheio de um sentimento que não consigo explicar.
Lembro-me do cheiro das pessoas que amei, e estes cheiros, sempre que os sinto causam-se um arrepio tão profundo que diria que, de cada vez que acontece, trespassa-me o espírito daquele amor que morreu…
É estranha esta coisa dos cheiros! Cheguei à conclusão de que um amor é realmente consumado e efectivo quando o cheiro de cada um de nós passa a ser um, quando a minha cama deixa de ter o meu cheiro e passa a ter o nosso cheiro, quando ao entrar na tua casa me sinto a entrar na minha, quando todos estranham o meu cheiro porque está inebriado pelo teu!
27 de julho de 2007
Sê-me
A noite morna aquece o meu desejo,
Os lençóis frios arrepiam a minha pele,
E todo eu sou calafrios e suores
De desejos ardentes de paixões
E a lua lá fora
Ilumina o meu olhar sobre ti
E desvenda-me o teu corpo
Quieto, frio e adormecido para mim.
Aí, ao meu lado, ficas adormecido
E eu, num desejo cada vez mais morto
E mais vivo para o infinito de uma morte
Que me espera e me alcança
De cada vez que te olho, desejo, anseio.
Acorda para mim, para o meu desejo
Sê-me, tem-me em ti,
Rouba-me a esta morte que me almeja
Salva-me e ama-me
Ama, sim, tem-me, sê-me
E eu te juro, amor
Serei sempre teu
Amar-te-ei, desejar-te-ei
E acordarei sempre da morte fria
Para que juntos fujamos, escapemos
Ou, pelo menos, olvidemos
Esta morte que me trazem a noite morna,
Os lençóis frios,
A minha pele e os arrepios
De este desejo de te ser.
A noite morna aquece o meu desejo,
Os lençóis frios arrepiam a minha pele,
E todo eu sou calafrios e suores
De desejos ardentes de paixões
E a lua lá fora
Ilumina o meu olhar sobre ti
E desvenda-me o teu corpo
Quieto, frio e adormecido para mim.
Aí, ao meu lado, ficas adormecido
E eu, num desejo cada vez mais morto
E mais vivo para o infinito de uma morte
Que me espera e me alcança
De cada vez que te olho, desejo, anseio.
Acorda para mim, para o meu desejo
Sê-me, tem-me em ti,
Rouba-me a esta morte que me almeja
Salva-me e ama-me
Ama, sim, tem-me, sê-me
E eu te juro, amor
Serei sempre teu
Amar-te-ei, desejar-te-ei
E acordarei sempre da morte fria
Para que juntos fujamos, escapemos
Ou, pelo menos, olvidemos
Esta morte que me trazem a noite morna,
Os lençóis frios,
A minha pele e os arrepios
De este desejo de te ser.
Gosto de mim
Eu gosto das estrelas a brilharem lá fora quando me sinto triste, de um sorriso no rosto de um desconhecido, de um champagne francês para comemorar uma vitória, de um ombro amigo para chorar uma derrota, do abraço de quem amo, do cheiro de quem quero, do olhar de quem desejo...
Gosto de um livro que me faça chorar, de uma história que me faça rir, de uma música para dançar e de outra para ouvir. De um quadro pintado com paixão e pelo qual me apaixone, de uma escultura cheia de sentimento ainda que não faça sentido.
Gosto do mundo, viajar, largar tudo sem olhar para trás, abraçar o desconhecido e apaixonar-me de olhos vendados. Descobrir que há gente tão diferente e tão igual a mim, paixões distantes e de ao pé da porta, beijos longos e chamadas telefónicas intermináveis.
Gosto de comer o que cozinho, beber um bom vinho e degustar a solidão.
Gosto de coca-cola.
Gosto da minha gata.
Gosto de pessoas leais.
...
Gosto de mim!
Gosto de mim!
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