25 de junho de 2010

Meio ano depois...

Volto a este espaço, meio ano depois, com tanto que contar e com tão pouco para dizer. Faltam-me as palavras, como me têm faltado ao longo destes meses. A minha vida tem viajado de turbilhão em marasmo sem que a consiga conduzir, a pulso ou timão, sem leme ou vento que empurre velas recolhidas.
Está a chegar ao fim mais um ano lectivo, tenho alimentado algumas esperanças de ficar outra vez na mesma escola. Comecei agora a ver alguns frutos a nascer e gostava de os poder colher mais tarde. Sinto-me feliz porque o meu trabalho é reconhecido e porque me manifestam este reconhecimento. O que eu, há oito meses atrás julgava ser um grande desafio, veio a revelar-se algo quase impossível de suportar ao longo destes meses, mas foram todos aqueles miúdos que me fizeram crescer ainda mais...
Fora da escola, e ainda a nível profissional, alcancei mais algumas metas que significaram um mundo para mim. Consegui a publicação do meu primeiro estudo científico sobre a didáctica de língua estrangeira, fiz uma apresentação num encontro internacional de professores de ELE que foi um sucesso e até consegui uma proposta de trabalho em Madrid. Conheci gente fantástica, neste campo, com quem tenho aprendido imenso.
No campo pessoal a coisa não anda tão bem. Claro que um lado não se dissocia do outro e se a escola me tem consumido tanto, menos de mim sobra para mim e para quem me rodeia. Estou tão feliz como estava há meio ano atrás... o problema é que esperava estar mais. Estou mais despreocupado, o que não é necessariamente um bom sinal, alias, quem me conhece sabe que,se não me preocupa é porque deixa de ter importância que me mova.
Mais uma vez, cumpri mais um sonho. Itália, que estava à minha espera desde que me entendo por gente, já faz parte de mim. Fiquei com uma imensa vontade de voltar, não a Roma que não me encantou por aí além, mas a conhecer mais. o que me encantou verdadeiramente foi Veneza... Eternamente Veneza. Se pudesse escolher um sítio para morrer... Não, não seria Veneza, mas em Veneza também morreria feliz.
...Foi a 9 de Abril que nos despedimos e foi neste dia que os meus olhos ganharam a vida que tinham perdido havia já três anos... e foram segundos depois que os meus olhos voltaram a morrer...
Deixo-vos um abraço pleno de alegria e um momento, talvez de presságio...